20 de março de 2010

Camille Claudel


Tem histórias que precisam ser contadas!

Se você percebe alguma semelhança entres essas obras de Camille Claudel e as obras do mestre Rodin, você não está enganado, Camille Claudel, foi discipula e amante Rodin. Gira no mundo da arte uma lenda muito forte que diz que ela seria responsável por grande parte das obras que ele assinava, que forte né? Mas a historia de Camille Claudel é muito triste... Nascida em 8 de dezembro de 1864 filha caçula de uma familia de 3 irmãos, Camille Claudel teve uma vida de realizações e de muito sofrimento. Passou a infância em Villeneuve-sur-Fère na França e em 1881, sua familia tinha muitas posses e podia dar tudo o que ela precisasse mas ela partiu para Paris e ingressou na Academia Colarossi, tendo como mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que são conhecidas. Rodin, impressionado pela solidez de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê e foi nesse momento que ela colaborou na execução das obras Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).

Tendo deixado sua família pelo amor de Rodin, ela trabalha vários anos a serviço de seu mestre e mantendo-se à custa de sua própria criação. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se sabe qual obra do mestre ou da aluna inspirou um ou copiou o outro. Além disso, Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose Beuret, sua companheira devotada desde os primeiros anos difíceis, e de outro lado, alguns afirmam que suas obras seriam executadas por seu próprio mestre e vice-versa. Assim sendo, Camille tentou se distanciar, percebendo-se muito claramente essa tentativa de autonomia em sua obra, tanto na escolha dos temas como no tratamento. Esse distanciamento seguiu até o rompimento definitivo em 1898. A ruptura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura [3] (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).

Ferida e desorientada, Camille Claudel nutriu então por Rodin um amor-ódio que a levou à paranóia. Ela instalou-se então no número 19 do Bourbon e continuou sua busca artística em grande solidão apesar do apoio dos críticos que organizaram duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício sentimental e financeiro para Camille Claudel. Suas exposições tiveram grande sucesso de crítica, mas Camille já estava doente demais para se reconfortar com os elogios.

Depois de 1905, os períodos paranóicos de Camille multiplicaram-se e acentuaram-se. Ela delírava que Rodin estava se apoderando de suas obras para remoldá-las e expô-las como suas, e que desconhecidos queriam entrar em sua casa para lhe furtar as obras. Ela vivia então em um grande abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando de todos.

Seu pai, seu porto-seguro, morre em 3 de março de 1913. Em seguida, em 10 de março, ela é internada no manicômio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon onde morre, após trinta anos de internação, em 19 de outubro de 1943, aos 79 anos incompletos.

Impossível mexer na história dessa mulher e não chorar.

A minha dica é, (como não está rolando nenhuma exposição de Claudel aqui no Brasil) que assistam ao filme e se emocionem diante de tamanha devoção à arte e a um homem, devoção ao ponto de enlouquecer pelas duas coisas. Assistam!

Até nosso próximo post.

Willy Barcellos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário