24 de setembro de 2010

Hereafter, novo trabalho de Eastwood


Aos 80 anos, Clint Eastwood prova que o corpo pode envelhecer, mas o talento não. De uns tempos pra cá Clint vem surpreendendo a todos com trabalhos impecáveis, ousados e marcantes. Pensei que depois de uma enchurrada de trabalhos o nosso cawboy fosse guardar um pouco a sua pistola, lêdo engano. Essa semana foi divulgado o pôster e o trailer de seu mais novo projeto: o enigmático Hereafter, em uma trdução livre, algo como "além da vida", "vida futura".

Estrelado por Matt Damon (novamente trabalhando com Clint depois de Invictus), o filme acompanha a história de três pessoas; George (Matt Damon), um médium de San Francisco que não consegue se conectar emocionalmente com sua namorada (Bryce Dallas Howard); Marie (Cécile de France), uma apresentadora de talk show da França que teve uma experiência de quase-morte durante o tsunami asiático de 2004 e por último, dois gêmeos (Frankie e George McClaren) que são separados por um acidente. Roterizado pelo competente Peter Morgan (A Rainha, Frost/Nixon), Hereafter é mais um passo ousado na carreira do veterano diretor, por que? Simplismente por abordar um tema nunca visto em seus projetos anteriores: o além, o sobrenatural.

Hereafter chega aos cinemas nos EUA no dia 22 de outubro, já aqui infelizmente a previsão é para 11 de fevereiro de 2011, a aqual acredito que deva ser alterada dependendo da repercursão do longa. O Trailer é bem interessante, e nos mostra uma produção bem realizada visualmente. Outra coisa que me chamou a atenção é ver meu querido Spielberg como um dos produtores. Da última parceria de Eastwood com ele sairam duas jóias, A conquista da Honra e Cartas para Iwo Jima. Agora é esperar! Será este uma aposta para o oscar?

Marcus Lyra

23 de setembro de 2010

Temple Grandin


Produzido pelo canal HBO, Temple Grandin trata-se de um filme feito para a TV fechada, onde começou a ser exibido pala mesma HBO no início deste ano. O que me chamou a atenção para esta obra foi o fato de ter arrebatado todos os principais prêmios (filme, diretor, atriz, roteiro) no Emmy 2010 nas cotegorias que premeiam filmes produzidos para a tv. Ao coferir a obra, pude constatar o merecimento de todos os prêmios e elogios que esta produção têm conquistado. Temple Grandin é, em todos os sentidos, maravilhoso, ou melhor, maravilhosa, já que seu título é o nome da protagonista interpretada por uma Claire Danes fenomenal.

O filme narra a verídica história de Temple Grandin, que fora diagnosticada aos quatro anos de idade com o autismo. A obra mostra as partes importantes da vida de Grandin, que tinha tudo para ter uma vida limitada, mas através das pessoas ao seu redor (sua mãe, tia, professor) e de seu determinismo pôde superar os seu maiores obstáculos e se destacar no colégio, na faculdade e profissionalmente.

De tantos adjetivos que posso atribuir a esta obra-pima, uma concerteza merece
destaque: Claire Danes. Ela compõe sua personagem de uma forma tão genial que logo em suas primeiras falas somos capturados pela sua brilhante atuação. Digna de oscar (pena que não existe categoria no oscar para filmes de tv), Danes evita caricaturas e excessos dramáticos para interpretar de forma mais simples e natural possível. Não consigo ver outra atriz em seu lugar, neste que deverá ser um de seus maiores e mais importantes papéis. A direção de Mick Jackson é digna de nota também, já que conseguiu fazer com que Temple Grandin não caísse em um dramalhão piega e cheio de clichês como geralmete acontece nesse tipo de gênero. Muito pelo contrário, Grandin tem um tom descontraído, que ora comove ora faz rir, tudo em perfeita harmonia.

Em um ano fraco cinematograficamente falando, Temple Grandin aponta para o que muitos vêm comentando, a TV como alternativa para projetos mais pessoas, já que muitos destes vêm recebendo não de produtores que temem investir dinheiro em trabalhos que podem não dar o retorno esperado. Será a tv um novo lar para produções com conteúdo, densas e mais artísticas? Seja como for, Temple Grandin prova o respeito que a TV fechada vem conquistando com filmes que chegam a superar e muitos que vêm sido lançado nos cinemas ultimamente. Hollywood fique de olho!


Sensível, encantador e rico, Temple Grandin é a minha dica. Como não é possível encontrá-lo em DVD ainda, a produção continua sendo exibida pelos canais HBO e já se encontra disponível para baixa-la com ótima qualidade.


Pela experiência maravilhosa que esta obra me proporcionou, qualifico-a com 5 estrelas. Fica a minha dica!


Marcus Lyra

22 de setembro de 2010

Karate Kid


O original Karate kid (1984) faz parte da infância de muita gente. Assistia e revia incansávelmente nas sessões da tarde da vida. Me fascinava a história do magrelo Daniel San e sua buca por superação através de uma luta marcial, tendo como mestre o inesquecível Sr. Miyagi (quem nunca desejou tê-lo como mestre?). Brincar de repetir os golpes que nosso herói aprendia para enfrentar seus oponentes ficava para depois da sessão, com nossos irmãos, primos e amigos. Enfim, Karate kid é clássico, é lembrança, faz parte da história do cinema.

Quando surgiram com a idéia maluca de refilmar Karat kid muitos torceram o nariz; também não é pra menos, afinal, mexer com um filme que marcou gerações é complicado e perigoso. Quantas refilmagens têm frustrado nestes últimos anos. Mas para todos os efeitos, hollywood aceitou a proposta, e com ninguém menos que Will Smith (com moral em hollywood) e sua esposa como produtores do longa.

Com tudo isso dito, me resisti a querer logo de cara conferir a produção. Com todos
as minhas desconfianças e receios, imaginei Karate como uma "mera refilmagem visando dar lucros", ainda mais num péssimo ano de bluckbusters que o cinema tem tido. Mas minha resistência caiu por terra e fui assistir sem medo de ser "infeliz" à aventura. Conclusão: Fiquei maravilhado com a produção! Primeiro fator: Escolha de Jaden Smith como protagonista. Não poderia haver escolha melhor. Ele é muito convincente, seja em comover, seja em fazer graça, o moleque definitivamente tem futuro (papai Smith deve estar orgulhoso). Segundo, ter Jackie Chan como o mentor do menino. Adoro ver Chan em suas comédias-ação, realizando coreografias mirabolantes de luta, mas fiquei exctasiado com ele fazendo um papel sério, mais dramático. A química entre ele e Jader ficou perfeita! Terceiro, o diretor Harald Zwart optou por fazer um filme que não tivesse pressa para ser desenvolvido, tanto que seus longos 140 minutos mostram que ele não teve receio em não abrir mão de uma história bem contada, ainda que extensa. Sem correria, Zwart desenvolve bem os personagens, os dramas neles existentes, e a adapatção do protagonista em um "novo mundo" . E por último e mais importante fator, o filme respeita a obra original. Ãh, como assim? O fato desta refilmagem não ter repetido os nomes dos personagens originais (sim, não há Daniel San e nem Sr. Miyagi,porém Dre Parker e o zelador sr. Han) revela que a produção não optou por fazer uma cópia do original, mas sim em pegar a essência desta, seus conceitos, sua alma, sem banalizá-la.

Karate Kid se mostrou como ouro em meio a escassez. Lançado talvez como dúvida, o longa virou sensação neste verâo americano e já desponta para uma continuação. É clichê? sim. Abusa algumas vezes de uma bela trilha para comover? sim, sim. Mas cinema-entretenimento sem essas características é algo impossível. Naquilo que propõe, este se supera, e como o de outrora, pode marcar uma nova geração.

Marcus Lyra