17 de junho de 2010

The Last Station

Simplesmente um filme de arte, é o que propõe e é executado durante seus 112 minutos, que embarquemos em uma viagem à Russia de 1931, de forma póetica, repleto de singularidades, para nos contar a luta do escritor russo Leo Tolstoy para equilibrar a fama e a riqueza com seu compromisso de uma vida desprovida de bens materiais.

Há tempos não vejo um filme tão lindo, aqui temos um belo romance, com uma grande sacada, apresentando dois casais, um jovem e outro maduro, representado por James McAvoy (Valentin Bulgakov) e Kerry Condon (Masha) e Christopher Plummer (Leo Tolstoy) e Helen Mirren (Sofya Tolstoy).

Uma dobradinha fabulosa temos entre Sofya e Tolstoy, ela, materialista, e ele, desapegado, mas acima de tudo e/ou qualquer ideologia, está o amor que os une até seus instantes finais, James McAvoy dá vida a Valentim e surpreende com seu inocente personagem que vai crescendo a medida que a trama vai avançando e descobrindo o verdadeiro amor através de Masha, que até então se apresentava como um celibatário. É contratado pra ser secretário de Tolstoy, seu grande ídolo, com o qual cria uma relação de amizade e respeito, mais fortemente até com sua esposa, Condessa Sofya.

Helen Mirren está nada mais, nada menos do que espetacular, com uma atuação irretocável dando vida a esposa de Tolstoy, e estou até agora me perguntando como Sandra Bullock com sua interpretação boa, até mesmo mediana, conseguiu superar a excelente atuação de Helen, daqui a alguns anos vamos ficar nos perguntando como isso aconteceu, há tempos venho querendo falar isso, mas como não havia assistido, e não podia comentar, mas agora, chego a comparar ao ano em que Gwyneth Paltrow levou por "Shakespeare Apaixonado", superando Cate Blunchet por "Elizabeth", Meryl Streep por "Um amor verdaderio" e Fernanda Montenegro por "Central do Brasil", sabe aquelas coisas que você não consegue entender, tudo bem que ela recentemente foi agraciada por "A Rainha", interpretando uma Inglesa, e nesta obra uma Russa em um filme de época, mas em momento algum é possível associar as duas personagens, que nesta obra, age com mais leveza, exercendo seu ofício com plenitude, seria o Oscar uma premiação sem critério, aliás, qual o critério?Enfim, falei...

Quero aqui apresentar meu respeito ao veterano de 80 anos, Christopher Plummer por sua interpretação que lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro, alcançando muito merecedidamente sua primeira e unica, até o momento, indicação ao Oscar em 52 anos de carreira.

Impossível não se emocionar durante esta obra, quando me vi, estava com os olhos marejados, e aflito acerca do que esperar no final, classifico "The Last Station" com 5 estrelas, habilitando-o para o Hall dos mais belos filmes épicos e de arte de minha vida, uma pena a não indicação deste a melhor filme e direção. Sem data ainda de estréia no Brasil, este filme de 2009, provavelmente quando chegar por aqui será de maneira discreta por ser um filme considerado "Cult", mas pode anotar ae, essa dica eu garanto.

Até nosso próximo post!


Wagner Robert

Nenhum comentário:

Postar um comentário