14 de novembro de 2010

Minhas Mães e Meu Pai

Olá , e ai, tudo na mais perfeita ordem? Espero que sim, é com grande satisfação que trago para o nosso encontro o filme que promete ser a sensação, e de cara aponto como meu segundo palpite para abocanhar uma indicação ao Oscar, só lembrando que meu primeiro palpite foi para "A Ilha do Medo", mas como estava dizendo, com vocês, intitulado no Brasil como "Minhas Mãe e Meu Pai" e originalmente lançado como "The Kids Are All Right" a direção do filme fica por conta da americana Lisa Cholodenko, responsável pela direção de episódios da série "The L World", contando a história de Nic (Anette Benning) e Jules (Julianne Moore) têm um casamento estável, mas a relação é virada de cabeça para baixo quando seus filhos, Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson), resolvem trazer Paul (Mark Ruffalo), o pai, doador de esperma, de volta para suas vidas.

Um filme de temática GLS, que está sendo comercializado como comédia, questão esta que discordo integralmente, talvez se enquadrasse melhor como um romance dramático com pitadas de humor. Nos mostrando um novo conceito na construção das famílias, aqui temos duas mulheres, duas mães, dois adolescentes que convivem sem problemas com esta estrutura familiar, o filme não se prende ao óbvio de discutir o preconceito na sociedade, ela avança e aborda a curiosidade dos filhos em conhecer seu pai, eis que entra Paul, interpretado por Mark Ruffalo, com muito charme, sem bancar o Don Juan, ele chega pra embolar a vida perfeita da família de Nic e Jules. Após, 20 anos juntas a relação delas está passando por uma fase delicada de transição de sentimentos e dúvidas, eis que Jules se envolve com o doador de sêmen. O filme é construído de maneira tão delicada e desenvolvido com tamanha inteligência que não sabemos pra quem torcemos, pra que Jules fique com Nic, sua companheira de sempre ou Paul, pai de seu filho e uma aventura deliciosa em sua vida monótona de casada. Quantos ingredientes e vertentes para se analisar, sem ser pesaroso e cansativo, o filme tem a leveza da comédia, a densidade de um drama devido a sua temática, mas o seu realismo e o primoroso roteiro fazem a diferença, sem falar no elenco que é a base do filme.


Pois muito que bem, fica registrado todo o meu respeito a Julianne Moore, de 49 anos, 44 filmes, 4 indicações ao Oscar, e Annette Bening, 53 anos, 20 filmes e 3 indicações ao Oscar, mostram que alcançaram a maturidade na arte de atuar e nos presenteiam com atuações irretocáveis e sem medo de ser feliz, são minhas favoritas e desde já minha aposta para as categorias de Melhor Atriz e Atriz Coadjuvante do Oscar, inclusive o Globo de Ouro. Quero ressaltar em especial o trabalho de Annette, pela construção de sua personagem, com características fortes para um rosto delicado, mas ela responde com força e emprega de maneira correta e acerta no tom de sua personagem, que tem como maior desafio o estigma de uma estereotipagem típica em filmes de temática GLS, mas seria leviano de minha parte não exaltar Julianne, que vêm em uma excelente fase, após "Chloe", "Shelter" e "A Silgle Man", chega ao ápice, elas juntas fazem uma dobradinha excelente, com cenas memoráveis, o que me permite dizer que é muito bem-vinda a maturidade, para nosso deleite.

Esta é a grande dica, nos cinemas atualmente, gravem bem o nome deste filme, e prestem atenção na atuação de Annette e Julianne que prometem, finalmente subir as escadarias e abocanhar suas merecidas estatuetas, um filme muito rico em sutilezas, além de uma fotografia linda, sem falar na direção acertada realizada por Lisa Cholodenko. Então, vai na minha dica, se dispa dos preconceitos e vá de coração aberto, seria a versão de "O Segredo de Brokeback Mountain" com mulheres gay!

Até nosso próximo post!

Wagner Robert!

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