6 de maio de 2011

Reencontrando a Felicidade


A perda ja foi um tema várias vezes retratado no cinema, e bastante premiado também. O que me faz lembrar do oscarizado Gente Como a Gente, dirigido pelo astro Robert Redford, onde tratava de uma família que perdera um filho, focando-se num jovem tentando superar a perda do irmão. Este Reencontrando a Felicidade (título brasileiro horrível, que nada tem haver com a essência do filme) aborda também a perda, neste caso, do unico filho de um casal, interpretado por Nicole Kidman e Aaron Eckhart.

Reencontrando a felicidade consegue se sair como um trabalho impar. Primeiro porque ao em vez de ir para o dramalhão e o pieguismo que costumam impregnar o gênero opta por caminhar num drama delicado, por vezes até cômico, sem excessos, onde o olhar dos personagens exprimem bem mais do que um amontoado de palavras e fundos musicais sentimentalistas. Nicole Kidman esta soberba em sua atuação. Seu olhar nos leva a interpretar sem maiores esforços aquilo que pode estar se passando na alma de sua personagem diante do fato de que nunca mais poderá ver seu filho. Ela mereceu todas as importantes indicações por seu desempenho, mesmo que tenha perdido todos eles pela excepcional atuação de Natalie Portman em Cisne Negro. Aaron Eckhart, fazendo o o marido que "tenta" segurar as pontas, atua de forma brilhante também. Mas ao patamar de Kidman fica por conta a interpretação de Dianne Wiest, fazendo o papel da mãe dela, que também sofrera uma inestimável perda. Uma cena em particular em que Kidman e Wiest dialogam sobre os efeitos da perda é de arrasar o coração de nós espectadores.


Direção competente de John Cameron Mitchell, que soube acertar ao evitar caminhos típicos, somada a escolha perfeita de elenco, e mais ainda, a um roteiro tão enxuto, fazem de Reencontrando a Felicidade um trabalho que merece nossa conferida. Em cartaz nos cinemas a partir dessa sexta. Fica a dica!

Marcus Lyra

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