22 de setembro de 2010

Karate Kid


O original Karate kid (1984) faz parte da infância de muita gente. Assistia e revia incansávelmente nas sessões da tarde da vida. Me fascinava a história do magrelo Daniel San e sua buca por superação através de uma luta marcial, tendo como mestre o inesquecível Sr. Miyagi (quem nunca desejou tê-lo como mestre?). Brincar de repetir os golpes que nosso herói aprendia para enfrentar seus oponentes ficava para depois da sessão, com nossos irmãos, primos e amigos. Enfim, Karate kid é clássico, é lembrança, faz parte da história do cinema.

Quando surgiram com a idéia maluca de refilmar Karat kid muitos torceram o nariz; também não é pra menos, afinal, mexer com um filme que marcou gerações é complicado e perigoso. Quantas refilmagens têm frustrado nestes últimos anos. Mas para todos os efeitos, hollywood aceitou a proposta, e com ninguém menos que Will Smith (com moral em hollywood) e sua esposa como produtores do longa.

Com tudo isso dito, me resisti a querer logo de cara conferir a produção. Com todos
as minhas desconfianças e receios, imaginei Karate como uma "mera refilmagem visando dar lucros", ainda mais num péssimo ano de bluckbusters que o cinema tem tido. Mas minha resistência caiu por terra e fui assistir sem medo de ser "infeliz" à aventura. Conclusão: Fiquei maravilhado com a produção! Primeiro fator: Escolha de Jaden Smith como protagonista. Não poderia haver escolha melhor. Ele é muito convincente, seja em comover, seja em fazer graça, o moleque definitivamente tem futuro (papai Smith deve estar orgulhoso). Segundo, ter Jackie Chan como o mentor do menino. Adoro ver Chan em suas comédias-ação, realizando coreografias mirabolantes de luta, mas fiquei exctasiado com ele fazendo um papel sério, mais dramático. A química entre ele e Jader ficou perfeita! Terceiro, o diretor Harald Zwart optou por fazer um filme que não tivesse pressa para ser desenvolvido, tanto que seus longos 140 minutos mostram que ele não teve receio em não abrir mão de uma história bem contada, ainda que extensa. Sem correria, Zwart desenvolve bem os personagens, os dramas neles existentes, e a adapatção do protagonista em um "novo mundo" . E por último e mais importante fator, o filme respeita a obra original. Ãh, como assim? O fato desta refilmagem não ter repetido os nomes dos personagens originais (sim, não há Daniel San e nem Sr. Miyagi,porém Dre Parker e o zelador sr. Han) revela que a produção não optou por fazer uma cópia do original, mas sim em pegar a essência desta, seus conceitos, sua alma, sem banalizá-la.

Karate Kid se mostrou como ouro em meio a escassez. Lançado talvez como dúvida, o longa virou sensação neste verâo americano e já desponta para uma continuação. É clichê? sim. Abusa algumas vezes de uma bela trilha para comover? sim, sim. Mas cinema-entretenimento sem essas características é algo impossível. Naquilo que propõe, este se supera, e como o de outrora, pode marcar uma nova geração.

Marcus Lyra

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